segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Quarto Capítulo - Da galera.

"Carol sempre soube que fazia parte de uma turma na escola invejada por muitas pessoas. Isso não a deixava nem mais feliz nem mais triste, nem orgulhosa e nem nada, na verdade. Apenas ela já tinha feito essa constatação, o que inclusive a tinha deixado curiosa: pq algumas meninas gostariam de ser como ela ou como algumas de suas amigas? De onde vem esse negócio de popularidade, como ele é criado?
Demorou um pouco para que ela se convencesse de que era popular ou que fazia parte de uma turma de meninas bonitas e famosinhas. É, famosinhas. No diminutivo mesmo. Ela sempre achou que não tem nada de mais ser conhecida em um certo circuito de pessoas. Pelo contrário, achava ruim. Por conta dessa popularidade não podia fazer nada que todos já ficavam sabendo. Quando rolava namorado novo então, puts, um saco. Além de claro, isso render, à ela e às suas amigas, alguns apelidos ingratos e preconceituosos. Mas mesmo assim se divertiam muuuuuuuuuiiiiiiiitttttttttoooooooo!!!!!!!!!!

Carolina, na verdade, freqüentava vários grupinhos de amigas, porém alguns eram mais divertidos e eram onde ela se sentia mais feliz e segura. Entre seus 13 e 16 anos, descobriu praticamente tudo que uma adolescente tem até seus 18, 19 anos para descobrir. Fase forte e difícil. E foi justamente com essas garotas e alguns garotos que sentiu na pele que ser adolescente é paradoxalmente maravilhoso e perturbador.

Pois bem, apresento-lhes suas turmas. Isso mesmo, no plural, turmas. Sua inquietude e facilidade em se comunicar são umas das características mais marcantes, por isso girava entre a galera com uma destreza invejável, sem causar animosidades ou problemas, o que seria super normal, já que nessa idade o ciúmes entre amigas é habitual.
Aqui vai a árvore genealógica dos seus amigos...kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk:

Bia, que era amiga da Joana, que era amiga da Andréa desde pequena, que era amiga da Claudinha fazia apenas um ano, que eram todas amigas de Carol há uns dois anos. Nesse grupo, Bia liderava. Garota bonita, olhos levemente puxados, mas sem parecer descendente de orientais, alta, magra, com as pernas mais torneadas que alguém jamais viu para uma menina daquela idade, e com um bronze constante, que inclusive era motivo de inúmeras dúvidas: onde, como e quando Bia mantinha o seu bronze? Enfim, o que importava mesmo era que ela era linda e deixava os meninos malucos. Bianca era seu nome, e não Beatriz como muitos pensavam. Pois bem, para piorar, ou melhorar, depende do ponto de vista, Bianca era, simpática!! Sua simpatia era na medida certa, sem ser dada demais, porém, quando precisava Bia era majestosamente metida. Aí minha filha, não tinha pra ninguém. E dá-lhe mais súditos para seu reinado. Sem exageros, metade das meninas queriam ser como ela, já que a outra metade não a conhecia.

Bia, como “líder” do grupinho era um pouco mandona. E metódica, meio como uma organizadora de eventos. Tudo girava ao seu redor, da maneira que ela determinava. Desde festinhas até trabalhos em grupo. Na verdade, ela manipulava sem que ninguém percebesse. Até que ela se dava bem nesse papel. Era engraçado perceber sua forma de controlar as amigas sem que elas notassem. Carol até hoje se pergunta se ela não fazia por mal, sem premeditar, ou em casa, ela ficava maquinando como iria comandar seu exército? Ninguém sabia o que se passava na cabeça de Bia.

Já Joana, garota desse grupo por quem nossa amiga mais se identificava, era super diferente. Bocuda, quase que sem educação, tinha um coração de manteiga e era sempre atenciosa quando solicitada. Loira, magra também, sem espinhas, Joana era bonita no ponto. Nem mais, nem menos. O tom de seu cabelo com luzes era lindo. Um pouco mais que Carol, Joana era “pegadora”... kkkkkkkkkkkkkkkkk... A garota era doida. Como tinha uma irmã mais velha, Joana já saia de balada com 13 anos, o que fazia com que garotos de 16, 17 e até 18 quisessem ficar com ela. E sem crise nenhuma, com muita personalidade e firmeza, ela ficava. E pior, não se apaixonava! Joana tinha um personalidade forte e uma auto-estima bem desenhada. Divertida, com um senso de humor às vezes ácido, era também muito verdadeira. Sinceridade que por vezes a colocou em maus lençóis, já que o que ela não aprovava, dizia na lata, sem rodeios. E convenhamos, conviver com alguém assim não é nada fácil.

Andréa era amiga de Joana desde novinha, vizinhas e com mães também amigas, a amizade das duas era de se invejar. Elas já estavam num ponto de que com um simples olhar de uma para outra já entendiam o que estavam pensando e sentido. Entretanto, Andréa era muito diferente de Joana, não só na aparência, como também na personalidade. Andréa era baixa, o que causava a impressão de que era gordinha, o que não se comprovava quando ela colocava biquíni. Seu corpo era torneado e forte. Bumbum grande e seios pequenos. Na praia ela fazia muito sucesso. Já sua personalidade era um pouco diferente das demais. Fechada e reservada, Andréa dificilmente expunha suas opiniões. Apenas Joana sabia o que ela realmente pensava sobre as coisas e sobre as pessoas. Ah, era pegadora também. Poucas vezes ela não conseguiu ficar com o cara que desejava. Concorrência forte!!!!!!

Agora o oposto de tudo isso se chamava Claudia, mais carinhosamente Claudinha. Um doce de menina, mas extremamente submissa. Tímida, Claudinha era também a mais inteligente das quatro, cinco contando com Carol. Era pequenininha, magrinha, cabeludinha, não era propriamente feia, sua beleza era diferente das demais. Sua beleza na verdade, estava em suas atitudes. Correta e disciplinada, tipo “disciplina é liberdade...”,Claudinha nunca falava mal ou se indispunha com alguém. A intelectual do grupo. Sua companhia era agradável e muito afetuosa. Só não era agradável quando Bia estava presente. Não que ela se deixava levar, mas era Bia quem provocava. A tratava de uma maneira peculiar, meio que exercitando com ela seu poder de manipulação. Carolina nunca soube se Claudinha gostava desse jogo ou se nem percebia, ou talvez não ligasse. A única certeza é que não gostava de ver ou presenciar certas situações.”

Um comentário:

Anônimo disse...

Puxa não vejo hora de ler o quinto capitulo. Você escreve com uma emoção que consegue fazer que nos sentimos como se estivéssemos vivendo a mesma história, muito bom, parabéns!!!