segunda-feira, 13 de abril de 2009

A bolsa e suas utilidades.

Depois de um período de quase um mês sem escrever aqui, volto com esse texto leve e despretensioso. Não escrevi não sei pq, mas relembro que esse período ausente não me faltaram assuntos. Pelo contrário. Penso esse tempo ser um dos mais marcantes desde que criei meu blog, visto que nele Barack Obama declarou todo seu amor e admiração por nosso presidente metafórico. Bom, nesse quesito Lula se superou e criou a pior delas, legalizando de vez o racismo as avessas. Para quem não se lembra, ele, delicadamente, culpou os brancos de olhos azuis pela crise financeira mundial. Pegando carona no humor, que se não fosse trágico, hilário seria, de Dan Stulbach e companhia, talvez a culpa seja de Roberto Justos, Fábio Assunção, Dagoberto do São Paulo, ou mesmo do próprio Dan. Ou melhor, do querido Reinaldo Silvestre. A escolha e de vocês... rsrsrsrsrsrs...
Bom, aqui vai o texto. Beijos e boa semana.
"Acordo atrasada. Pra variar. Óculos, celulares, maquiagem, cremes, escova de cabelo, livro para uma eventual fila, sombrinha, perfume, agenda. Ok, tudo está na bolsa. Tudo e mais um pouco. Tomo banho, me enfio na roupa e chispo pro carro. Ops, minha bolsa não combina com minha roupa. Volto correndo e depois de uma certa insegurança diante de tantas opções, escolho minha mais nova aquisição, uma linda “coral”. A cor da moda. Na verdade a outra combinava, já que a moda hoje, vai entender, é não combinar. No meio do caminho, ao me maquiar, lembro-me de escondê-la. Minha tática é a seguinte, coloco-a embaixo do banco de trás e na frente, comigo, deixo uma bolsinha, pequena e feia, fora de moda, como isca, pois caso um ladrão abusado pensar em levar minha mega bolsa, dará com os burros n’água. Pois bem, logo chego em meu primeiro cliente, minha bolsa dá seu show. As moças, eufóricas, queriam saber onde comprei, quanto paguei. Bom, sobre isso, achei-as indiscretas. Na verdade, a mulher não pergunta quanto a outra pagou apenas para ver se está dentro de seu orçamento, mas sim para ver quanto aquela outra desembolsou por um simples capricho. Isso é o verdadeiro status. Em todo caso, menti. Não se faz uma pergunta dessas à uma mulher. E claro que informei, fazendo cara de triste, que onde comprei minha preciosidade só havia esse exemplar. Produto artesanal sabe? Toda mulher tem o sonho de ter uma bolsa feita especialmente para ela. Não era esse o caso, mas a cara de frustradas- morrendo de inveja foi impagável. Passada a euforia sentei-me, coloquei minha coral no colo, como se ela me protege-se. É, a bolsa tem essa função também. Comece a reparar. Meu cliente me atendeu, fechamos negócio, e antes de nos despedirmos elogiou meu bom gosto. Por bolsas. Pareceu cantada, mas o elogio valeu. Durante o dia minha mais nova amiga chamou mais atenção do que eu, confesso. Tudo bem. Era essa a idéia mesmo. Até pq, ao olharem para ela, eu também era notada. Tudo meticulosamente pensado. Não se paga uma fortuna em uma bolsa original para que não chame atenção. Original, claro. Mico total bolsa, relógio ou qualquer outro acessório falsificado. Parcele em 36 vezes se for o caso. Mas não compre um falsiê. Até pq o prazer não é o mesmo. Não mesmo! E pior, se descobrirem seu golpe, sua reputação estará arranhada. Ou melhor, destruída. Olha, hoje sou mais comedida. Entretanto, ainda questiono-me de onde vem essa fissura por bolsas que toda mulher, umas mais outras menos, tem. Homens, esse é o tipo de prazer e sensação que talvez vocês nunca entenderão. Termino meu dia, deitada em minha deliciosa cama, observando meu tesouro e depois de constatar umas 45 bolsas em meu closet, termino esse texto comprometendo-me a não comprar mais nenhuma esse ano. Não preciso, tenho todas que quero e principalmente, preciso. Chega de exagero. Além do mais, em ano de crise é sempre bom fazer uma economiazinha... Ah, talvez vou abrir exceção para uma que acabei de ver no suplemento feminino, último grito da moda de acessórios, pequena, imitando a bolsa da bisavó, à tira-colo e com franjinhas. Linda! E além do mais, essa eu ainda não tenho. Vou encarar como investimento, que vai ficar de herança para minha filha, caso ela pense em abrir um brechó. Olha aí, mais uma utilidade para minhas queridas bolsas. Viu?!”