terça-feira, 30 de setembro de 2008

Transmimento de pensação.

Queria há tempos fazer uma homenagem a uma grande amiga. Hoje ela caiu em minhas mãos. Ei-la:

“-Será que ela tem grana pra fazer a unha? Se parar de fumar, tem. Mas ela não parou, então pode ser que não tenha. Na dúvida...
A amiga estava passando um aperreio, coisa de traição, das bravas. Marido com cunhada. Punk mesmo. Por isso as contas, depois da separação, estavam literalmente contadinhas.
Na dúvida, decidiu passar na sua manicure e deixar uma mão paga. Freqüentavam o mesmo salão. Sempre chique, apesar do giz inerente ao ofício de professora, a amiga tinha as unhas impecáveis. Seria um prazer fazer esse mimo a ela.
Eram amigas há dez anos, desde os tempos do cursinho. Tinham uma sintonia fina, ondas curtas mesmo. Sabe aquela coisa de olhar? Então, era assim. É fato que depois dos casamentos, seu e dela, a distância esfriou um pouco a relação. Mas agora, com a sordidez marital, a amizade ressurgia lentamente.
Pois bem, dirigiu-se ao salão de beleza, pegou os oito reais, deu à sua filha e pediu à ela que entregasse à manicure dizendo que se referia ao pagamento adiantado de uma mão, que a amiga viria depois fazê-la. A idéia era de que enquanto a filha fosse levar o dinheiro, ela ligaria para amiga para dar a notícia. Uma notícia barata, mas era uma boa notícia. Sabe, para a mulher, fazer a unha tem um efeito tão grande, tão bom, que nem parece que é tão barato. Pagaríamos mais.
Bom, quando a amiga atendeu ao telefone veio então a surpresa. Por mais incrível que pareça, a amiga estava exatamente no salão fazendo as unhas!!! E como num lance que só as verdadeiras amizades têm o prazer de vivenciar, não tinha dinheiro para pagar. Iria pendurar!
É claro que não preciso nem dizer que o grande lance desse episódio não é o pagamento, o valor ridiculamente irrisório que a amiga não tinha. Até pq, nos tempos antigos, quem tinha era ela. E diga-se, a amiga era muito generosa. Não, não era a grana. Era a sintonia que estava de volta. Era o importante “transmimento de pensação”, que apenas grandes amigas, de novo, têm o grande prazer de vivenciar.
Sentimento como esse, extremamente revitalizante e gerador de boas sensações e energia, é sempre bem vindo. Elas recomendam. E agradecem.”

Mais uma poesia...

Ausência - Carlos Drummond

"Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim."

Poesias deliciosas...

O Chão é Cama - Carlos Drummond

"O chão é cama para o amor urgente,
amor que não espera ir para a cama.
Sobre tapete ou duro piso, a gente
compõe de corpo e corpo a úmida trama.
E para reposar do amor, vamos à cama"

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Primeiro Capítulo

Toda semana, a partir de hoje, postarei um capítulo da história de nossa amiga Carol.
Mandem-me comentários. Gostando ou não. E saibam, qualquer semelhança, é mera coincidência... Ou não! rsrsrsrsr
Beijos e boa semana

Ah, hoje, 29/09/08, comemora-se o centenário da morte de nosso maior escritor. Percam o preconceito, deixem a preguiça e leiam Machado de Assis. As homenagens são justíssimas, seus textos, tanto romance quanto crônicas, são sensacionais. Rendam-se e divirtam-se.

Primeiro Capítulo – O início da metade da vida de Carol

"O momento que Carolina soube que estava grávida não foi na hora em que abriu o envelope do teste, essa hora ela apenas confirmou sua sensação. A hora que ela percebeu que tinha engravidado foi mesmo o momento seguinte em que acabou de transar. Tinha certeza que tinha feito besteira. Mas como todo adolescente, mais exatamente com 17 anos, pensou: “comigo não, isso não vai acontecer”. E o pior, Carol nem gostava mais dele como antes. Essa transa tinha sido apenas uma despedida, depois de dois anos de idas e vindas, brigas, ciúmes, grosserias. Paixão louca, mas que já tinha passado. Pelo menos para ela...
Pois é, estava grávida, e agora o que fazer? Na verdade, puta que o pariu, como é que Carol contaria para seu pai e sua mãe? Como? Decidiu não contar. A idéia era mais ou menos assim: quem sabe alguma coisa mudaria, talvez o exame errado ou mesmo ela perder o bebê. Sinceramente isso passou pela cabeça dela sim. E muito. Ela não tiraria, mas se perdesse naturalmente... Bom, ainda bem isso não aconteceu. Inshalá!
Era sabido da galera que Carol não se entendia muito bem com seus pais, como a maioria dos adolescentes. Sua irmã já tinha tido filho nova também, aos 16 anos, e pra piorar seu pai estava quebrado de grana e o dito “pai” da criança nem queria saber de trabalhar. Resumindo, ela estava ferrada!!!!!
Cara, nessa hora um monte de idéias passou pela cabeça dela: fugir, se matar, inventar um cara desconhecido para dizer que era o pai da criança, já que seus pais não podiam nem ouvir o nome do indivíduo, e dizer que ele desapareceu, ela pensou em qualquer coisa. Mas no fim, ela sabia que nada resolveria o problema.
Então o tempo foi passando... E a pequena Carol engordando!!!! Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk... Isso realmente era um problema, já que ela precisava esconder sua gravidez até quando desse, mas não tinha jeito, e apesar de passar muito mal, mal mesmo, engordava a olhos vistos. É fato que nunca foi magra, e seus seios eram grandes para seu tamanho e idade, mas nunca teve barriga, e era exatamente isso que estava crescendo. Claro. Gravidez = barriga grande! Meu, ela engordou tanto, que no fim da gestação estava com 85 kg, absurdos 26kg a mais!!! Podem rir... hoje ela ri muito de tudo isso... rsrsrsrsrsr
Algumas tias perceberam a alteração no modo de se vestir de Carol. Roupas mais largas, camisetonas, apesar dos esforços para disfarçar (achava que disfarçava, né). Sua mãe a olhava diferente, mas nunca perguntou diretamente sobre o assunto... penso eu que não queria acreditar. Já seu pai não faço idéia do que se passava na cabeça dele. Nem Carol fazia. Na verdade ela não fazia questão de saber. Estava com um puta medo deles e mais ainda com vergonha da decepção que estava causando."

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A difícil arte de escolher líderes.

Eu, como gestora de RH, tenho uma visão mais acertiva em relação às qualidades que um político deve ter. Como gestor da cidade, do estado ou do país, ele deve carregar em si os melhores predicados e as melhores idéias. Deve ser fiel a quem o colocou lá e sua postura deve ser a mais irrepreensível possível. Infelizmente não é isso que vemos hoje.
Todos nós temos uma postura rígida quando vamos contratar uma secretária doméstica, uma babá ou uma faxineira, certo??
Quando uma dona de casa vai escolher uma pessoa para auxiliá-la na labuta doméstica, além da entrevista habitual para saber se existe empatia entre elas, avalia também suas referências. Onde trabalhou, como trabalhou, e pq. não trabalha mais. É severa em sua escolha.
Feito isso, a rotina de trabalho é estabelecida. A patroa diz o que quer e como quer, e dia-a-dia a confiança é colocada a prova. Sim, colocada a prova, pois até a patroa ter confiança, ela fica com um olho no peixe e outro no gato. Coisa que não fazemos quando elegemos alguém a um cargo público...
Com o tempo, as coisas vão se encaixando. E caso não der certo, tanto a funcionária quanto a empregadora, a possibilidade de partir para outra é real e simples. Basta uma conversa e pronto.
Em uma empresa o processo é o mesmo. Análise de currículo, entrevista, dinâmicas de grupo e tempo de experiência a ser cumprido. A possibilidade de troca de funcionário deixa a relação patrão-empregado um pouco instável, mas infinitamente mais crível.
E pq. não agir assim, com mais rigor e cobrança quando vamos à urna?
Tanto em casa quanto na empresa, independente da função que exercerá, o que se espera de um bom funcionário, é o que deveríamos esperar dos gestores de nosso país.
Pró-atividade (a velha e boa iniciativa), capacidade de resolver problemas, generosidade e habilidade em gerir recursos financeiros de maneira idônea, faz de qualquer pessoa um bom funcionário. E seu candidato, possui esse requisitos??
Honestidade é prerrogativa essencial a qualquer pessoa, e não qualidade. A sua falta sim é defeito. Aliás, é falha de caráter. E caráter é assim, ou você tem ou não tem. A conivência ao meio termo é o responsável por todas as roubalheiras que vemos por aí. Ser conivente com a falha de caráter é talvez tão nocivo quanto roubar.
Se uma empregada doméstica rouba sua patroa, durante meses, e ela não vê, ou é displicente ou conivente. Honestamente, não sei qual característica é pior. Mas de qualquer forma se o roubo for confirmado, podemos demitir o funcionário imediatamente. Já na gestão política não. As coisas lá, se dão em um tempo diferente e mais burocrático. O impeachment como arma de troca de maus políticos é arriscado.
Pois bem, sejamos rigorosos na urna como somos em casa e no trabalho. Sem esmorecer devemos vigiar, analisar resultados e cobrar. Cobrar muito. Cobrar pra caramba. Essa é a única arma que temos depois do voto.
Dá trabalho, mas dá resultado. Depois, a reclamação se torna muitas vezes vazia e sem eco.
Por isso além de eleger bons gestores, devemos ser como auditores e manter a vigilância constante sobre eles. Pq. vc não vai querer na sua casa ou na sua empresa, funcionários, pagos com o seu dinheiro, que sejam desonestos e corruptos. Ou vai??
A arte de escolher líderes é difícil, mas não impossível.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Alguém me ajuda???

Eu sempre tive uma dúvida, espero que alguém possa, agora, me responder:
Pq. o Lula, o Fernando Gabeira, o Chico Buarque, o José Dirceu, todos contra a ditadura no Brasil, são a favor da ditadura de Fidel, em Cuba??? Desculpem-me a minha ignorância, mas não vejo diferença alguma entre elas, a não ser o método como foram colocadas em prática... O problema é que admiro algumas das pessoas que citei acima, mas não admiro a ditadura de Cuba. Então fico perdida.
Alguém pode me ajudar???

domingo, 21 de setembro de 2008

Recomeço.

Queridos e queridas, principalmente minhas grandes amigas Ellen Kris, direto de Londres e Jéssica, essa de mais perto, obrigada pela audiência e pelo carinho. Tive um pouco de má sorte, já que logo que lancei meu blog, tive uma intoxicação alimentar que durou praticamante a semana toda. Mas amanhã volto com tudo, meio como um recomeço.
Escreverei histórias de amor e outras tantas sobre várias coisas. Uma delas é política. Esse assunto por exemplo, está me atormentando. Preciso escrever sobre ele.
Espero que se divirtam.
Boa semana e boa leitura.
Ah, quem não conseguir deixar comentários, mande-me um e-mail, pelo liliancamila.costaperez06@gmail.com ou liliancamilacp@hotmail.com

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Sobre 18/08/08

Muitas pessoas me perguntaram como terminou, como foi o desfecho do texto anterior. Bom, na verdade o que me levou a escrever o caso foi exatamente o fato de que eu não sei como foi o fim da palestra, eu não pude ficar!!!! Na verdade eu estava lá para esperar o horário do rodízio. Não que o assunto não me interesse, pelo contrário, mas foi ao acaso que eu presenciei o excitante flerte. E por isso, às 20h00 me levantei e fui embora. Marido e filhos me esperavam... Confesso que fiquei na dúvida, queria ficar, realmente ver o que aconteceria. Depois me passou pela cabeça que eles poderiam ser amantes, e que aquela situação não passava de um jogo de sedução dos dois, o que deixaria a situação mais interessante, não é?!
Sinto que, tanto para mim, quanto para vocês, o que chama atenção nesse caso é a dúvida. Mas aí é que está a graça. Deixem a imaginação fluir. Deixem o tesão aflorar, essa é a idéia da coisa. Saber o final talvez não teria a mesma energia, não desenvolveria a mesma curiosidade. Ás vezes não saber é muito mais libertador do que ter certeza.
Bom, até a próxima.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

18/08/08

Esse é meu primeiro texto no blog. Na verdade a primeira de várias histórias que virão. Ai que frio na barriga, estou até emocionada... rsrsrsrsrs...Tenho a sensação de estar aqui, iniciando um marco em minha vida e na vida dos meus futuros leitores.
Por isso escolhi "postar" esse texto que escrevi em 18 de agosto, um dia importante para mim, pois tive o prazer de conhecer o inusitado Ignácio de Loyola Brandão. O cara é bom!
Então, vamos a ele!
E se puder, comente. Eu gosto.
Have a fun...

Segunda-feira, 18/08/08, data cabalística talvez, fui a Bienal do Livro assistir a uma palestra do genial Ignácio de Loyola Brandão. Como disse, a palestra foi simplesmente genial. Simples de simplicidade mesmo. O cara é tão simples, que fica mais genial ainda. E genial, porque ele é genial mesmo. Fiquei mega nervosa. Mas queria que ele me notasse. Por isso, durante a aula-palestra fiz comentários, ri, me interessei, curti mesmo. Não só para chamar atenção, mas pq o cara é tipo o Romário, é o cara mesmo. Mas que fique claro, é o cara como o Romário e não como o Maluf. Ignácio é inteligente, cínico, engraçado, interessante, ouvi-lo é extremamente prazeroso. Um de galanteador. Deve ter sido, ou ainda é, conquistador competente. Contar histórias é seu ofício, tanto na escrita quanto verbalmente. No fim, pedi autógrafos, trocamos e-mails, nos abraçamos, nos beijamos, dei-lhe um lápis que comprei na FLIP, apesar dele ter dito que só escreve com caneta tinteiro. Escrevi um e-mail, quem sabe ficaremos amigos. Para mim seria fantástico se ao menos ele respondesse o e-mail, imagina amigos!!! Seria afrodisíaco!
Todavia, uma outra coisa me chamou a atenção naquele dia. Um flerte que presenciei. Foi no mínimo estimulante. Pois bem, logo após a palestra do Loyola, dei umas voltas pela Feira e lá pelas 20h00 tinha uma palestra imperdível sobre Clarice Lispector com a professora da USP Yudith Rosembaun, especialista em Clarice. Essa palestra se deu no espaço criado pelos postos Ipiranga para debates literários. Boa iniciativa, dá movimento à feira. Honestamente não me recordo os nomes dos outros participantes, e mesmo que me lembrasse não os citaria, por motivos óbvios. Talvez causasse até problemas, pois um dos mediadores é o protagonista desse flerte que foi delicioso de se assistir.
Logo iniciada a explanação, um dos jornalistas que também era o mediador passeou seu olhar pela platéia. Foi aí que ele se encantou. Impressionante. Foi como se ele estivesse vendo, sei lá, a Juliana Paes, ou para outros, a Mariana Ximenes. Puts, o cara ficou louco. E o pior para uma mulher como eu, era que o alvo desse desejo era magra, delicada, meiga, com uma sandália rasteirinha, unhas pintadas de branquinho-transparente, uma saia de tecido delicado e uma regata. Delicadeza e recato. Totalmente diferente de mim... rsrsrsrsrsrs... Bom, voltando ao flerte, era como se cara quisesse parar a palestra e fosse ter um chega mais com a moça. Ele quase não estava se controlando. Seu olhar era devorador, curioso, intrometido mesmo. Se fosse comigo, ficaria com vergonha e me olharia para ver se não estava com alguma coisa errada na roupa, ou coisa parecida. Sua destreza como mediador foi colocada a prova. Mas ele se deu bem, pois apesar de estar completamente envolvido com a garota, ele não se perdeu em nenhum comentário e em nenhuma pergunta. Haja profissionalismo. Rsrsrsrsrsrsrsrsr.
Pois bem, aquela situação não era apenas inusitada pela sede do moço, mas também porque na posição que eu estava não conseguia ver as reações dela. O que será que ela estava achando daquela situação? Seria ela solteira? Será que ela era uma paixão antiga, há muito perdida pela correria do dia-a-dia? Será que a atração era recíproca? Será que ela não estava se sentindo invadida? Será que depois dali eles começaram um relacionamento, foram jantar, fizeram amor? Ou apenas ficaram amigos? Ou pior, nem se falaram? Já pensou se o marido dela foi encontrá-la ao fim da palestra? Eita, já pensou... Pensar foi o que mais fiz, aquela situação mexeu comigo a ponto de sonhar e imaginar o que aconteceu depois que fui embora, tamanha a persuasão do olhar daquele rapaz. Ser olhada daquele jeito, com interesse, tesão e curiosidade, sem ser invasivo demais, é desejo de toda mulher. Sou olhada daquela maneira ainda pelo meu marido, pode crer. Com mais paz, claro. Mas sou olhada. Porém imaginar um homem desconhecido, interessante, atraente e inteligente como aquele me admirando é altamente eletrizante. Causa inveja.
Cheguei a conclusão que os “serás” são muitos. A única certeza é essa “instigância” da vida, com suas várias alternativas, vários caminhos, vários possíveis finais. E claro, a certeza de que tudo se inicia com um olhar. Um agradável e instigante olhar.