sexta-feira, 20 de março de 2009

Reputação.

Durante muito tempo me preocupei com o que os outros pensavam de mim. Ok. Ainda me preocupo. Mas hoje, esse negócio de paranóia é mais comedido. Nem ligo pro que pensam os motoristas que eventualmente eu fechei (é, eu me preocupava até com isso), com a mulher da fila do banco que me vê sem nem um batonzinho, com o frentista por eu colocar a fortuna de R$7,50 de gasolina (eu já fiz isso vááárias vezes), com o moço bonito do trânsito ao ver-me dirigindo o fusquinha do meu irmão (não desmerecendo o fusquinha, claro). Ora ora, é muito narcisismo pensar que todos estão de olho em você. Hoje gasto meu tempo e embranqueço meus cabelos com assuntos mais importantes, como a opinião de meus leitores, dos meus credores, dos meus pais, irmãos, amigos, inimigos. Inimigos não. Não que eu tenha a ilusão de que agrado a todos, mas quando falo essa palavra inimigo, fica parecendo que sou uma personagem de desenho animado, de realidade fantástica, tipo mutantes. Não gosto.

Hoje saio de casa sem perfume, de chinelo, digo o que penso, às vezes não digo, choro ao assistir uma reportagem de como o Ronaldo se superou (nessa, foi eu que me superei), posto o que eu quiser em meu blog, sem medo. Esse lance de conceito, reputação, aprisiona o peão. Eu nem ligo se pensam que eu fiz plástica e engordei. Se tomo cerveja com meu marido no boteco, se leio desde Machado até Caras. Se minha roupa não está combinando. Se eu assistia à “Casos de família” (brega pacas, mas eu adorava). Se todos pensam que meu marido me trai só pq ele é extremamente carinhoso e grudento, tipo chiclete (eu ADOROOOOO). Se sou a primeira a chegar nas festinhas, principalmente de criança. Não ligo pra um monte de coisas que eu ligava. Que babaca eu era.

Honestamente sinto-me mais leve e bem mais livre em dar satisfação apenas aos meus pais, ao meu marido, filhos, irmãos, aos meus amigos e a mim mesma... Tá bom, assumo que na verdade continuo presa à essa besteira de manter minha reputação em dia. E quem não está? Quem?

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